segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

TNA Genesis 2012



Primeira análise a PPV aqui no Slam Zone, esta ao Genesis, primeiro PPV do ano, pertencente à TNA. 8 combates que nos esperavam, com destaque ao confronto de Bobby Roode e Jeff Hardy pelo World Heavyweight Championship, um novo ajuste de contas entre Kurt Angle e James Storm, acção Hardcore num Monster’s Ball entre Abyss e Bully Ray e muito mais que se esperaria para um entusiasmante PPV.



O show começa com a chegada de Bobby Roode e Jeff Hardy, os homens que ocupariam o evento principal a chegar à arena com as suas respectivas bagagens. De seguida, passamos para Taz e Mike Tenay que nos relembram um pouco do que irá acontecer neste Genesis com especial destaque para o main event pelo World Heavyweight Championship. A acção estava prestes a começar.

Austin Aries derrota Jesse Sorensen, Zema Ion e Kid Kash num Elimination 4-Way pelo X Division Championship e retém o título


O Genesis começa logo com aquele que eu esperaria que fosse o meu momento favorito. O combate pelo X Division Championship. 4 atletas talentosos de agilidade tremenda certamente que dariam bom espectáculo com vários spots de “OMG!”. Foi havendo um pouco de tudo: Spots aéreos, golpes técnicos, show off, truques e artimanhas, de tudo. O primeiro eliminado foi o veterano Kid Kash após um 450 Splash – meio tosco – de Zema Ion. A seguir foi esse mesmo Zema Ion eliminado através de um “Inside Cradle” de Jesse Sorensen. Mas o high flyer Filipino recusou-se a sair do ringue distraindo o árbitro para duas situações de pin entre Sorensen e Aries. Ion acaba por se esconder e interferir no combate sem o árbitro se aperceber. Isso permitiu a Austin Aries a execução de um belíssimo Brainbuster de cima do canto, para a última eliminação e consequente vitória.

Os cada vez mais arrogantes filhos de Devon são vistos no backstage junto de Jeremy Borash para a entrevista com “The Pope” D’Angelo Dinero, que demonstra na sua promo de onde os dois adolescentes retiraram essa atitude. O conflito familiar resolver-se-ia no ringue a seguir.

Devon derrota The Pope



Os filhos de Devon não acompanhavam nem apoiavam o seu pai, mas sim o rival Pope, origem de toda a feud. Devon, em boa forma física, começa o combate com bastante gás, até Pope conseguir uma abertura para conseguir dominar o combate. O domínio manteve-se até Pope chamar os dois jovens para se juntarem à acção e atacarem o seu pai. Desta vez, os irmãos mostraram-se hesitantes e acabaram por recusar o ataque. Pope, furioso com a traição dos “seus” miúdos, ataca-os. Tal acto atiça Devon que reverte no final para a sua vitória. Momento emocional após o combate com Devon a reconciliar-se com os seus filhos.

Para minha surpresa e talvez de muitos, Velvet Sky surge do nada junto de Jeremy Borash, para regalia de muitos olhos masculinos. Assim que chega também Sting, Velvet, depois de muito tagarelar, revela ter um plano para o combate da noite das Knockouts. O plano é dito a Sting em segredo e a autorização é concedida, mas ainda não sabemos o que é. Após Velvet se ausentar, JB entrevista o “Icon” que fala da sua confiança em Jeff Hardy para o main event.

Gunner derrota Rob Van Dam


O combate desenvolveu-se de forma equilibrada, apesar de o domínio estar predominantemente em RVD, que mais uma vez não se mostrou enferrujado. Ric Flair, que acompanhava Gunner não resistia a intrometer-se, até que teve um conflito com o árbitro veterano Earl Hebner – que devo dizer que foi hilariante. A distracção permitiu a Gunner aplicar um mortífero DDT no chão exposto, deixando Van Dam inconsciente e dando a vitória a Gunner. RVD é carregado numa maca e muitos crêem que esta seja a última vez que vemos RVD na TNA, com um regresso à WWE já agendado para breve… Será?


JB, no seu habitual spot de receber wrestlers para entrevistar, desta vez aguarda por Jeff Hardy que chega com a sua maquilhagem flamejante. O Charismatic Enigma, com a audiência toda do seu lado, mostra-se confiante para ganhar o World Heavyweight Championship esta noite e menciona a sua “última oportunidade” de se endireitar na vida.

Gail Kim derrota Mickie James pelo Knockouts Championship, por desqualificação e retém o título


Avistamos uma espécie de jaula colorida ao lado do ringue, que consistia no plano de Velvet Sky. A jaula era afinal para prender Madison Rayne, que acompanhava a campeã Gail Kim, para não se intrometer. Recusar não lhe adiantou e a própria Velvet Sky a meteu lá dentro. A jaula para além de trancada foi também erguida, causando medo a Madison que não parava de gritar. Assustador ou não, Madison tinha a melhor vista da casa para o ringue. E seguiu o combate entre as duas Knockouts que representam talvez o melhor talento feminino da companhia. O combate decorreu bem – não tão bom como encontros anteriores das mesmas – com alguns pequenos botches e falhas. Momento confuso: Madison Rayne atira algo que parece ser uma ou mais soqueiras, que rebolam para fora do ringue. Spot falhado? É possível que o árbitro ao notar e Kim a voltar a pegar na arma, que fosse um improviso. E um combate razoavelmente bom, como tem vindo a ser habitual nesta companhia, foi estragado por um final patético. Mickie James é que chega a utilizar a soqueira e é desqualificada, em vez de tentar ganhar o título. Após o combate reinam os cantos de “Bullshit!” ao longo da arena.



Bully Ray encontra-se com a sua cómica postura de “bully” ao intimidar Jeremy Borash que o entrevista. Na sua promo, Bully Ray afirma-se como uma lenda do wrestling hardcore, colocando-se à frente de lendas como Mick Foley ou Terry Funk. Essa atitude é a que o ajuda a acreditar que possa vencer o combate com Abyss e trazê-lo de volta aos Immortal.

Abyss derrota Bully Ray num Monster’s Ball


Já há muito tempo que não via um combate deste calibre. Os spots impressionantes capazes de causar dor aos espectadores e capazes de impressionar os mais sensíveis originaram vários cantos de “Holy shit!” e “This is awesome!” naquele que foi o combate mais violento da noite. Houve sangue, houve cadeiradas, uso de correntes, latas e canas de bambu. Partiu-se uma mesa. Rasgou-se pele em arame farpado. Até um ralador de queijo entrou no esquema, utilizado no último sítio onde qualquer homem quereria tal objecto. Pioneses encontraram carne. Muita acção hardcore como já não se via há muito tempo e acabou com um massivo Black Hole Slam para uma tábua coberta de arame farpado, deixando Bully Ray agarrado ao arame em agonia. Para fãs deste tipo mais extremo de wrestling, este combate foi um mimo – mesmo tendo demorado a arrancar – e acrescentando ainda a postura cómica de Bully Ray – os gritos de dor “Oh! My balls!” puseram toda a arena a rir-se – deu para um dos pontos mais altos da noite.


E passamos da adrenalina ao aborrecimento, com Jeremy Borash a entrevistar dois wrestlers que, na minha sincera opinião, considero-os dos mais sobrevalorizados actualmente. Os Tag Team Champions, Crimson e Matt Morgan com uma promo em que se auto-proclamam como uma Tag Team imparável. Digam o que disserem e chamem-lhe cisma mas a mim ainda não me convencem…

Crimson e Matt Morgan derrotam Samoa Joe e Magnus, pelos World Tag Team Championships e retêm os títulos

Nunca este combate conseguiria manter o ritmo enérgico do anterior combate. Ainda para menos quando as expectativas já não eram assim muito altas. A lentidão de Crimson e Morgan como é habitual foi um impasse para manter entusiasmo. Valeu Samoa Joe que, como sempre, não desilude com o seu trabalho atlético que ainda não parece combinar muito bem com o seu corpo. A falta de fogo que havia neste combate ainda se parece ter tornado mais evidente, quando uma rixa no backstage entre Bully Ray e Abyss interrompe o combate por um breve momento. Alguma acção equilibrada mais, alguns double teams pouco imaginativos dos Tag Team Champions e os contínuos cantos por Samoa Joe e o combate acaba assim que Morgan e Crimson aplicam o seu double finisher no pobre Magnus que pouca chance teve para se revelar até agora. De longe, o combate mais fraco da noite.

Segmento cómico que foi a entrevista a James Storm. O Cowboy sugere uma inversão de papéis e coloca Jeremy Borash no papel de Cowboy, completo com o seu chapéu, óculos e cerveja. Como todas as promos que se dão antes dos combates, o lutador mostrou confiança e afirma que consegue derrotar Kurt Angle por uma terceira vez.

Kurt Angle derrota James Storm


Mais um longo combate equilibrado que se baseou na sua continuidade e abordagem técnica para fazer um bom combate, em vez de apostar em spots emocionais ou de alta tensão. Semelhante ao seu último confronto no Final Resolution, mas possivelmente não tão bom, acabou com um spot final insípido que nem parecia um fecho legítimo. Kurt Angle aproveita distracção do árbitro para aplicar um golpe baixo em James Storm e de seguida aplicar-lhe uma Boot. Este lance foi suficiente para obter o pin em James Storm que tinha sobrevivido a um Angle Slam e a um Moonsault, outros habituais trademark moves de Angle mas não teve capacidade de se levantar após este. Se a feud se fica por aqui, ainda não se sabe.


Um curto momento no backstage com Bully Ray de mãos ensanguentadas. É questionado sobre Abyss ao qual ele responde “porque haveria eu de saber onde anda o Abyss?” de forma suspeita. Esta rivalidade ainda vai dar para mais.

Antes do main event, Jeremy Borash realiza a sua última entrevista ao auto-proclamado “Líder da Geração Egoísta”, o World Heavyweight Champion Bobby Roode. Galhardetes para Jeff Hardy e mais auto-promoção como o homem mais egoísta na companhia e no mundo. Roode parece pronto para competir.

Jeff Hardy derrota Bobby Roode pelo World Heavyweight Championship, por desqualificação. Roode retém o título.


Grande combate que foi este main event suficientemente capaz para se juntar ao introdutório combate da X Division e ao Monster’s Ball como combates da noite. Muitíssimo equilibrado com acção bastante “back and forth” e com Bobby Roode prestes a desistir por duas vezes. Ao final, lá temos daquelas habituais “shenanigans” que compõem muitos main events da companhia: confusão com o cinto que quase causava confusão a distrair o árbitro, tentativa de Bobby Roode de se empoleirar nas cordas para reforçar o pin, entre mais. O combate já ia em grande até chegar ao final. Estes finais que os bookers engendram que por vezes retiram algum encanto ao combate e nos fazem lamentar porque algo melhor poderia ter saído daí. Bobby Roode, encurralado pede misericórdia a Jeff Hardy. Esse momento permitiu ao World Champion que atacasse o árbitro com um golpe baixo, seguido de um gesto de Roode a indicar a sua esperteza. Frustrado, Jeff Hardy ainda consegue aplicar o Twist of Fate e tentar o pin, mas o árbitro já estava a desqualificar Bobby Roode. Com este resultado, o título não pode mudar de mãos, ficando o cinto em Roode. Hardy, insatisfeito, ainda aplica um Swanton Bomb a Roode antes de sair. No ringue, o batido Bobby Roode fica no chão agarrado ao seu cinto e a beijá-lo.





Notas:

- Durante o combate da X Division, Austin Aries imita o 450 Splash de Zema Ion logo a seguir à aplicação do primeiro. Engraçado é que saiu melhor e o 450 funciona como finisher de Ion.

- Se a briga entre Ric Flair e Earl Hebner não retrata bem uma luta senil de lar de idosos, não sei o que o fará.

- Pelo menos dois dropkicks de Mickie James notam-se que falham.

- Ao contrário do usual, Mickie James é que acabou o combate com uma manobra Heel.

- Quando Bully Ray atira a tábua com arame farpado a Abyss, percorre um gelo pela espinha ao ver aquela arma a ir em direcção ao público.

- Bully Ray deve ser dos poucos que junta um tom cómico a um combate extremo.

- Fui o único a achar que o ponto mais alto do combate Tag Team foi a interrupção da briga backstage de Bully Ray e Abyss?

- Ao longo do combate de James Storm, torna-se aparente uma admiração por Shawn Michaels, não só pelo seu Super Kick e respectiva chamada mas também pelo Elbow Drop semelhante.

- Jeff Hardy volta a utilizar o Twist of Fate modificado para Cutter/Jawbreaker. Desta vez, Taz não nomeia o move.

- No spot após Bobby Roode gozar com a dança de Jeff Hardy no canto, quando Jeff Hardy contra-ataca o move, o selling de Bobby Roode é uma excelente homenagem “insight” ao “Nature Boy” Ric Flair.


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