terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Slam Zone Talks: Divas


Como já tinha prometido há muito tempo, tinha que escrever um artigo sobre o que acho da actual divisão das Divas. Culpa delas? Culpa da equipa criativa? Ou de ambos? É disso mesmo que falo.


E começo logo por dizer que, ao contrário de muitos outros fãs de wrestling, eu ainda acredito realmente na capacidade delas, o que se encontra lastimoso é a maneira como são "bookadas". A maneira desinteressante que dá origem a uma audiência morta. Os combates miseráveis que não dão chance às mais limitadas de melhorar.

Hoje em dia pela WWE já não há mais Trish Stratus – pelo menos como a conhecíamos – ou Lita, ou Chyna – que agora não é necessária e anda a entreter-se com… outras coisas – nem Jazz, nem Victoria, nem Molly Holly ou Torrie Wilson. Das mais recentes também já não há por lá Mickie James, Melina ou Gail Kim depois de duas oportunidades. Mas analisemos o que há por agora.

Em vez de uma análise uma por uma, divido isto por “secções”:

As melhores: Beth Phoenix, Natalya, Kharma, Tamina, AJ Lee

Sem dúvida, das melhores que andam por lá pelo plantel, mesmo que a níveis diferentes. No entanto, algumas não parecem ter assim tanta exposição – quais é que têm? E a história das “Sisters of Doom” ou “Pinup Strong” que parecia que ia arrebitar tudo isto parece só ter originado combates bons em PPV, e não foi isso que as impediu de ter na mesma combates de minuto e meio.

O que está errado:

 - Começo logo por falar em Kharma que simplesmente não está disponível para combater. Por culpa de ninguém. Um acontecimento que podia ter acontecido a qualquer uma e talvez se ela por aí andasse, realmente a divisão estava diferente.

- Beth Phoenix e Natalya são as que dominam o wrestling feminino neste momento. No entanto, somos capazes de andar semanas sem ver a Campeã e Natalya aparece para um jobbing de meio minuto. Infelizmente, “Pinup Strong” não anda a parecer tão strong.

- Tamina que já tem o wrestling a correr-lhe nas veias, sendo filha do Hall of Famer Jimmy Snuka, mostra ferramentas suficientes para carregar combates muito bons. AJ, tem flexibilidade e capacidades atléticas e aéreas a condizer com o seu corpo miúdo, e com esses atributos não há qualquer razão de queixa pelo seu trabalho feito anteriormente em independentes e na FCW – ainda para mais sabendo que foi treinada por Jay Lethal, actualmente na Ring of Honor. Tanto uma como outra são pouco utilizadas e recentemente é que têm aparecido em TV, uma em combates ridiculamente pequenos e outra a ser atropelada pelo Big Show.

As que têm potencial e podem melhorar muito: Eve, Kaitlyn, Layla, Maxine

Muitas das que estão aí – se não todas – já tiveram momentos de pouco se louvar em ringue e Kaitlyn e Maxine já tiveram AQUELE combate. Por acaso, ambas já melhoraram bastante após esse incidente. E todas as que aí estão têm condições para melhorar se se trabalhar bem com elas, em vez de as despachar em 2 minutos e pô-las a fazer os mesmos 3 ou 4 moves – Eve é a que melhor deve saber o que isso é.

O que está errado: 

- Layla também é outro caso, visto ter estado de fora com uma lesão nos últimos meses. Mas quando estava activa, era a metade mais limitada das LayCool. Mas sempre há algo a retirar de lá.

- Eve é mais utilizada como “media darling” da WWE do que como atleta, e quando compete, é em mais combates para o monte de combates rápidos para encher card – salve-se o seu combate com Beth Phoenix no Survivor Series. O que ela mesma tem que melhorar: dropkicks. Por alguma razão, ela não parece atinar muito bem com os dois pés no ar, mesmo que faça com mais facilidade outros moves como o Moonsault.

- O problema de Kaitlyn parece ser ainda muito verde e foi trazida do território de desenvolvimento ainda muito cedo. No entanto, acho que com uns bons anos de preparação dedicada, dava uma boa Diva powerhouse. Já se nota pelo wrestling mais básico dela, que se baseia na força e em moves mais brutos. Se se apostar nisso, corrigindo falhas e aprendendo mais até poderia tornar-se uma atleta dominante. Mas lá está, provavelmente promovida cedo demais.

- Com Maxine, por acaso no momento não parece haver muito de errado. Anda pelo NXT, que por si já é um território de desenvolvimento, só que mais avançado que a FCW. As suas melhorias desde a 3ª season do NXT notam-se a léguas, mesmo que ainda não tenha nada de especial – na altura era um desastre. Se continuar por esses lados, a ter alguns combates com uma longevidade decente – os mais recentes por acaso são muito curtos – ainda pode chegar a ser uma lutadora minimamente razoável.

As que têm muito que melhorar: Alicia Fox, Bella Twins, Kelly Kelly

Estas para já andam muito em baixo e tempo de exposição em TV não lhes parece ter feito muito efeito. São umas que se calhar com muito treino também vão lá, mas se não mostrarem nada é porque não vale a pena.

O que está errado: Muita coisa.

- Alicia Fox, ironicamente, pode ser encarada como a Diva mais perigosa e ameaçadora. Mas não no bom sentido. É mais no sentido de ser inseguro trabalhar com ela, quando ultimamente qualquer adversária se habilita a sair pisada de uma carga de lenha mal dada por ela. Para não haver mais incidentes como o de Beth Phoenix, convém que Alicia Fox controle um bocadinho essas manobras mais perigosas.

- Kelly Kelly já anda na WWE há muito tempo para já saber alguma coisa. Mas por acaso ainda só tem 24 anos – mesma idade de AJ, mas a “educação” de wrestling de ambas é muito diferente – e começou a sua actividade na WWE com uns meros 19 anos, logo ainda não é assim tão madura. Mas também convém saber se ela faz mais do que gritar, lapadas no cu às adversárias e uma versão do “stinkface” que agrada muito a homens, ou se só lhe mandam fazer isso. Se for o primeiro caso, então mau para ela…

- As Bellas são um exemplo de que têm ainda algo par mostrar. Os seus combates durante o seu push da primeira metade do ano passado não deram muito a mostrar, por isso falta mesmo saber se têm potencial para mais.

Nada a fazer: Aksana, Rosa Mendes

Estas já deram a entender que não dão nada no ringue. No entanto, o que não está errado é que parece que encontraram o que fazer com elas sem ser no ringue: Aksana em segmentos cómicos – a abalar toda a classificação PG com “sexual innuendos” – e Rosa Mendes como manager da Tag Team de Epico e Primo – com uma atitude que até acrescenta piada aos combates.









O que fazer então com a divisão das Divas?

- Antes de tudo, aproveitar bem as boas que têm e treinar bem as razoáveis para as melhorar.

- Dar-lhes um booking como deve ser e não só um combate porque tem que ser. Se é para se mostrarem como atletas legítimas, que tenham combates com durações aceitáveis, que aquilo nem para pausa para ir ao WC dá.

- Trazer algumas antigas não seria solução: umas ou já não estão em forma, ou não querem nada com a WWE. Mas talvez uma ou duas dessem nostalgia à divisão e com isso mais alguma atenção.

- Contratar atletas femininas independentes já formadas em vez de modelos. O que não falta por aí são lutadoras cinco estrelas e igualmente bonitas e atraentes. Até aqui em Portugal, temos boas lutadoras lindíssimas!

- E finalmente, em ligação ao segundo tópico, encarar a divisão feminina como algo sério. Se muitos fãs da WWE acham esta divisão uma piada, para a equipa criativa então, que nem se fale…

Como não dá, nem vale a pena tentar voltar atrás no tempo, há que saber trabalhar com o que se tem e como se pode. É claro que nem sempre a WWE vai de encontro às ideias e opiniões de maioria dos fãs… Mas veremos como se safam.

Em breve, falarei também de outras divisões ou até das Knockouts da TNA, no meio de tantos assuntos que existem para falar neste “Slam Zone Talks”.


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