Como já tinha prometido há muito tempo, tinha que escrever
um artigo sobre o que acho da actual divisão das Divas. Culpa delas? Culpa da
equipa criativa? Ou de ambos? É disso mesmo que falo.
E começo logo por dizer que, ao contrário de muitos outros
fãs de wrestling, eu ainda acredito realmente na capacidade delas, o que se
encontra lastimoso é a maneira como são "bookadas". A maneira desinteressante que
dá origem a uma audiência morta. Os combates miseráveis que não dão chance às
mais limitadas de melhorar.
Hoje em dia pela WWE já não há mais Trish Stratus – pelo
menos como a conhecíamos – ou Lita, ou Chyna – que agora não é necessária e
anda a entreter-se com… outras coisas – nem Jazz, nem Victoria, nem Molly Holly
ou Torrie Wilson. Das mais recentes também já não há por lá Mickie James, Melina ou Gail Kim depois de duas oportunidades. Mas analisemos o que há por agora.
Em vez de uma análise uma por uma, divido isto por
“secções”:
As melhores: Beth Phoenix, Natalya, Kharma, Tamina, AJ Lee
Sem dúvida, das melhores que andam por lá pelo plantel,
mesmo que a níveis diferentes. No entanto, algumas não parecem ter assim tanta
exposição – quais é que têm? E a história das “Sisters of Doom” ou “Pinup
Strong” que parecia que ia arrebitar tudo isto parece só ter originado combates
bons em PPV, e não foi isso que as impediu de ter na mesma combates de minuto e
meio.
O que está errado:
- Começo logo por falar em Kharma que
simplesmente não está disponível para combater. Por culpa de ninguém. Um
acontecimento que podia ter acontecido a qualquer uma e talvez se ela por aí
andasse, realmente a divisão estava diferente.
- Beth Phoenix e Natalya são as que dominam o wrestling
feminino neste momento. No entanto, somos capazes de andar semanas sem ver a
Campeã e Natalya aparece para um jobbing de meio minuto. Infelizmente, “Pinup
Strong” não anda a parecer tão strong.
- Tamina que já tem o wrestling a correr-lhe nas veias,
sendo filha do Hall of Famer Jimmy Snuka, mostra ferramentas suficientes para
carregar combates muito bons. AJ, tem flexibilidade e capacidades atléticas e
aéreas a condizer com o seu corpo miúdo, e com esses atributos não há
qualquer razão de queixa pelo seu trabalho feito anteriormente em independentes
e na FCW – ainda para mais sabendo que foi treinada por Jay Lethal, actualmente
na Ring of Honor. Tanto uma como outra são pouco utilizadas e recentemente é
que têm aparecido em TV, uma em combates ridiculamente pequenos e outra a ser
atropelada pelo Big Show.
As que têm potencial e podem melhorar muito: Eve, Kaitlyn,
Layla, Maxine
Muitas das que estão aí – se não todas – já tiveram momentos
de pouco se louvar em ringue e Kaitlyn e Maxine já tiveram AQUELE combate. Por
acaso, ambas já melhoraram bastante após esse incidente. E todas as que aí
estão têm condições para melhorar se se trabalhar bem com elas, em vez de as
despachar em 2 minutos e pô-las a fazer os mesmos 3 ou 4 moves – Eve é a que
melhor deve saber o que isso é.
O que está errado:
- Layla também é outro caso, visto ter
estado de fora com uma lesão nos últimos meses. Mas quando estava activa, era a
metade mais limitada das LayCool. Mas sempre há algo a retirar de lá.
- Eve é mais utilizada como “media darling” da WWE do que
como atleta, e quando compete, é em mais combates para o monte de combates
rápidos para encher card – salve-se o seu combate com Beth Phoenix no Survivor
Series. O que ela mesma tem que melhorar: dropkicks. Por alguma razão, ela não
parece atinar muito bem com os dois pés no ar, mesmo que faça com mais
facilidade outros moves como o Moonsault.
- O problema de Kaitlyn parece ser ainda muito verde e foi
trazida do território de desenvolvimento ainda muito cedo. No entanto, acho que
com uns bons anos de preparação dedicada, dava uma boa Diva powerhouse. Já se
nota pelo wrestling mais básico dela, que se baseia na força e em moves mais
brutos. Se se apostar nisso, corrigindo falhas e aprendendo mais até poderia
tornar-se uma atleta dominante. Mas lá está, provavelmente promovida cedo
demais.
- Com Maxine, por acaso no momento não parece haver muito de
errado. Anda pelo NXT, que por si já é um território de desenvolvimento, só que
mais avançado que a FCW. As suas melhorias desde a 3ª season do NXT notam-se a
léguas, mesmo que ainda não tenha nada de especial – na altura era um desastre.
Se continuar por esses lados, a ter alguns combates com uma longevidade decente
– os mais recentes por acaso são muito curtos – ainda pode chegar a ser uma
lutadora minimamente razoável.
As que têm muito que melhorar: Alicia Fox, Bella Twins,
Kelly Kelly
Estas para já andam muito em baixo e tempo de exposição em
TV não lhes parece ter feito muito efeito. São umas que se calhar com muito
treino também vão lá, mas se não mostrarem nada é porque não vale a pena.
O que está errado: Muita coisa.
- Alicia Fox, ironicamente, pode ser encarada como a Diva
mais perigosa e ameaçadora. Mas não no bom sentido. É mais no sentido de ser
inseguro trabalhar com ela, quando ultimamente qualquer adversária se habilita
a sair pisada de uma carga de lenha mal dada por ela. Para não haver mais
incidentes como o de Beth Phoenix, convém que Alicia Fox controle um bocadinho
essas manobras mais perigosas.
- Kelly Kelly já anda na WWE há muito tempo para já saber
alguma coisa. Mas por acaso ainda só tem 24 anos – mesma idade de AJ, mas a “educação”
de wrestling de ambas é muito diferente – e começou a sua actividade na WWE com
uns meros 19 anos, logo ainda não é assim tão madura. Mas também convém saber
se ela faz mais do que gritar, lapadas no cu às adversárias e uma versão do
“stinkface” que agrada muito a homens, ou se só lhe mandam fazer isso. Se for o
primeiro caso, então mau para ela…
- As Bellas são um exemplo de que têm ainda algo par
mostrar. Os seus combates durante o seu push da primeira metade do ano passado
não deram muito a mostrar, por isso falta mesmo saber se têm potencial para
mais.
Nada a fazer: Aksana, Rosa Mendes
Estas já deram a entender que não dão nada no ringue. No
entanto, o que não está errado é que parece que encontraram o que fazer com
elas sem ser no ringue: Aksana em segmentos cómicos – a abalar toda a
classificação PG com “sexual innuendos” – e Rosa Mendes como manager da Tag
Team de Epico e Primo – com uma atitude que até acrescenta piada aos combates.
O que fazer então com a divisão das Divas?
- Antes de tudo, aproveitar bem as boas que têm e treinar
bem as razoáveis para as melhorar.
- Dar-lhes um booking como deve ser e não só um combate
porque tem que ser. Se é para se mostrarem como atletas legítimas, que tenham
combates com durações aceitáveis, que aquilo nem para pausa para ir ao WC dá.
- Trazer algumas antigas não seria solução: umas ou já não
estão em forma, ou não querem nada com a WWE. Mas talvez uma ou duas dessem
nostalgia à divisão e com isso mais alguma atenção.
- Contratar atletas femininas independentes já formadas em
vez de modelos. O que não falta por aí são lutadoras cinco estrelas e
igualmente bonitas e atraentes. Até aqui em Portugal, temos boas lutadoras lindíssimas!
- E finalmente, em ligação ao segundo tópico, encarar a
divisão feminina como algo sério. Se muitos fãs da WWE acham esta divisão uma
piada, para a equipa criativa então, que nem se fale…
Como não dá, nem vale a pena tentar voltar atrás no tempo,
há que saber trabalhar com o que se tem e como se pode. É claro que nem sempre
a WWE vai de encontro às ideias e opiniões de maioria dos fãs… Mas veremos como
se safam.
Em breve, falarei também de outras divisões ou até das
Knockouts da TNA, no meio de tantos assuntos que existem para falar neste “Slam
Zone Talks”.
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