Chega o segundo PPV do ano para a TNA e para já, carregava
um bom card. Como destaque
estaria a 4-way entre Bobby Roode, Jeff Hardy, James Storm e Bully Ray pelo
World Heavyweight Champion. Para além dos esperados combates também
tivemos mais algumas surpresas e combates fillers, chegando o TV Championship a
ser defendido repentinamente e sem anúncio. Aqui fica o que aconteceu.
Zema Ion derrota Jesse Sorensen, por count-out
O PPV abria com X Division, o que por si já deveria ser bom
sinal. No entanto, não correu tão bem como deveria. Os dois jovens competiam
por um spot como candidatos ao X Division Championship de Austin Aries ou Alex
Shelley, dependendo de quem vencesse esta noite. E os dois lutadores iam
lançados para dar espectáculo, mas um botch “mortal” obrigou o combate a ficar
a meio. Não dá para perceber de quem é o erro, mas a execução de um Moonsault
de Zema Ion sobre Sorensen, acaba fazendo-lhe pressão no pescoço, dando origem
a uma queda feia. O lutador fica caído no exterior imóvel até o árbitro
terminar a contagem e Zema Ion disfarça a preocupação com arrogância vitoriosa.
Queimou-se o possível restante tempo de combate com repetições do lance,
assistência a Sorensen e com os olhares preocupados dos fãs presentes. Against
All Odds a começar mal.
Uma coisa que já tínhamos reparado era que Christy Hemme não
estava a anunciar e Jeremy Borash estava a substituir Taz nos comentários.
Hemme encontrava-se no backstage para entrevistas e o primeiro felizardo a ter
a companhia da belíssima Hemme é o World Heavyweight Champion Bobby Roode que
afirma ter todos os seus adversários controlados para vencer o 4-way de mais
logo.
Robbie E derrota Shannon Moore, pelo Television Championship
e retém o título
Raramente se vê este gajo pela Impact Zone e o cinto que
carrega tem tanto valor actualmente como uma moeda de cêntimo. No entanto, para
encher, vem ele acompanhado pelo guarda-costas Robbie T e abre um desafio para
qualquer um do plantel para o enfrentar pelo título. Quem responde ao desafio é
outro subutilizado, Shannon Moore que voltou à carreira a solo, com o
despedimento do seu parceiro de Tag Team. Dá-se o combate com o título em jogo –
sem qualquer rivalidade ou build-up – e inicialmente estava um pouco
aborrecido. Os lutadores começaram lentamente e não abriram grande entusiasmo
no decorrer. À medida que foi progredindo, no entanto, aumentou um pouco a
adrenalina e a energia dos lutadores e fez um combate mais agradável, ainda que
algo medíocre. No final, Robbie E aproveita um soco de Robbie T em Moore sem o
árbitro se aperceber e vence o combate, retendo o cinto.
Gail Kim derrota Tara, pelo Knockouts Championship e retém o
título
Combate feminino e esperava-se algo bom a sair daqui. Duas
lutadoras veteranas que podem recordar com nostalgia, grandes combates que já
tiveram, mesmo na WWE quando o wrestling feminino lá ainda lhes interessava.
Voltavam a encontrar-se e recentemente Tara andava por cima, após uma vitória
no Impact Wrestling. Ao início do encontro ficou notável um desentendimento
entre Gail Kim e Madison Rayne que a abandonou a meio do combate. Daí para a frente,
o combate foi equilibrado e quando Tara conseguia estar a dominar, um Moonsault
traiçoeiro atinge-lhe um joelho com historial de lesões. Kim aproveita o
momento para trabalhar no joelho e aplicar o Eat Defeat para vencer e manter o
título. Primeiro combate mais entusiasmante da noite.
Mais uma entrevista de Christy Hemme no backstage, desta vez
a James Storm. O “cowboy” lembra as pessoas que teve o seu World Heavyweight
Championship roubado e que até torcia sempre para que Bobby Roode vencesse os
seus combates para que Storm pudesse tirar-lho a ele mesmo. “Sorry about your
damn luck!” para acabar o discurso e é mais um competidor com a moral em alta
para o main event.
Samoa Joe e Magnus derrotam Crimson e Matt Morgan pelos
World Tag Team Championship e ganham os títulos
Altura para os aborrecidos Tag Team Champions defenderem os
seus títulos e já não tiveram uma recepção tão fria como tiveram na Inglaterra,
aqui na Impact Zone já gostam deles. O combate desenrolou-se mais ao menos à
velocidade de Crimson e de Morgan, ou seja, não foi dos mais rápidos, mas ainda
tínhamos Samoa Joe para valer a pena ver e Magnus também se adaptou rapidamente
após muito tempo de ausência. A equipa que se entendia melhor, no entanto, era
a de Joe e Magnus, com Crimson e Morgan a concentrar-se mais no individualismo.
Talvez por isso ou não, o meu desejo realizou-se: Magnus e Samoe Joe vencem
após um desentendimento entre os Campeões – um desvio de um Spear de Crimson
que acaba por cair em Morgan – e a double team de assinatura, marca uns novos
Campões Tag Team e eu não podia estar mais contente…
Mais uma entrevista por Christy Hemme mas este já não
parecia estar muito agradado com a sua presença. Bully Ray faz jus ao seu nome
e maltrata Hemme que por vezes ainda respondia. Assim que deixa de se
concentrar em Christy, Bully dirige as suas palavras aos seus adversários em
especial a Bobby Roode e fala em “irritar o mundo do wrestling” ao tornar-se
World Heavyweight Champion.
Austin Aries derrota Alex Shelley, pelo X Division
Championship e retém o título.
Mais acção da X Division mas esta não acabaria mal. Aliás,
estava aqui o combate da noite. Por onde começar? Os belos dotes técnicos de
ambos… Os espectaculares spots aéreos… Os moves perigosos feitos com perfeita
segurança, por dois profissionais que sabem bem o que estão a fazer… A
excelente atitude que preencheu bem a parte psicológica do combate… Falsos
finais emocionantes com near falls de nos fazer saltar da cadeira quando
pensamos que o combate já acabava… A exaustão dos lutadores que se entregavam
ao combate até ao último litro… A presença de Austin Aries que já funciona como
selo de categoria e qualidade nos combates em que participa. Combate da noite,
sem dúvida e após muita acção e muitas tentativas por ambos, de vencer, Aries,
frustrado conecta o seu Brainbuster – o segundo da noite – e rapidamente o
transforma no Last Chancery que acaba por fazer Alex Shelley desistir. Austin
Aries retinha o seu título e aumentava o seu já longo reinado.
Faltava mais um dos que iriam participar no main event ser
entrevistado por Christy Hemme. Jeff Hardy, no backstage, expõe a sua bizarra
pintura facial e afirma que as suas costas e o seu pescoço não estão a 100%. No
entanto, diz que as probabilidades sempre estiveram contra ele – referência ao
título do PPV – e que sentia que iria vencer o combate e tornar-se finalmente
World Heavyweight Champion.
Kazarian derrota AJ Styles
Uma das rivalidades mais estranhas recentemente, pois ainda
ninguém faz ideia do que se passa. Kazarian parece controlado por Daniels e tem
vindo a virar as costas e a prejudicar AJ Styles repetidamente, contra a sua
vontade. Ainda não sabemos qual o poder que Daniels tem sobre ele, mas daí já
resultou um combate entre Kaz e Styles. Kazarian dirige-se ao ringue cabisbaixo
e acompanhado por Chris Daniels que o obriga a lutar com a T-Shirt de Daniels
que levava vestida. A camisola não se aguenta muito tempo posta assim que AJ
Styles a rasga ao início do combate. O seguinte encontro foi um excelente
combate como estes dois ágeis atletas bem sabem fazer. Um bom festival de moves
visualmente espectaculares sem se perderem e se afastarem da verdadeira
essência do combate. Cada um a dar o seu tudo, perto do fim, Styles sobe à
corda parecendo que ia saltar para Kazarian, mas para surpresa de todos, salta
para trás num Moonsault que atinge o desprevenido Daniels. Foi um bom momento
que obteve uma boa reacção do público, mas distraiu-o pois assim que Styles
entra no ringue, cai vítima de um Fade to Black de Kazarian que lhe dá a
vitória. Kazarian ainda não parece nada contente com a sua aliança com Daniels
e ainda não sabemos o que realmente se passa.
Entrevista no backstage, por Christy Hemme, desta vez a Eric
Bischoff e Gunner. Neste segmento, Eric finge emoção e temor pelo bem-estar do
seu filho. No entanto, Gunner leva uma toalha branca para dar a Hogan para que
a use para parar o combate pois prometia destruir Garrett Bischoff. O combate
seria a seguir.
Gunner derrota Garrett Bischoff
Como seria de esperar, Gunner vinha com Eric Bischoff e
Garrett vinha com Hulk Hogan. Razões para este combate ficar guardado para tão
tarde no card: Hulk Hogan. Razão para considerarem todo este combate como algo
de especial, quando na verdade até foi fraco: Hulk Hogan. Só por isso, porque
Garrett Bischoff ainda é fraco, básico e até em sellings ainda está muito
verde. O combate arrastou-se com Gunner a dominar e Garrett a ter os seus
flashes de contra-ataque mas por tempo a mais sem acontecer nada de mais. E o
maior pop acabou por ir para Hogan quando esmurrou Eric. Gunner concentrou-se
no pescoço de Garrett, causando preocupação a Hogan que já ia mesmo utilizar a
toalha branca para interromper o encontro. No entanto é o próprio Garrett que
não permite, querendo lutar até ao fim. Aí sofre um DDT – mal vendido – que dá
a vitória a Gunner. Este e Eric Bischoff saem felicíssimos.
Última entrevista por Christy Hemme antes do main event e
seria a Sting, que iria cumprir o seu trabalho como árbitro auxiliar. Já com a
sua pintura facial pronta, Sting explica que está lá para garantir que nenhum
deles tente alguma esperteza para se safar, especialmente Bobby Roode. Main event seria a seguir.
Bobby Roode
derrota Jeff Hardy, James Storm e Bully Ray, num 4-Way, pelo World Heavyweight
Championship e retém o título
Não creio que tenha superado o combate da X Division mas
andou suficientemente perto para poder ser um belo main event. Ainda para mais,
tendo em conta o entusiasmante final que teve. Assim que Christy Hemme introduz
os quatro competidores, o combate começa com Bobby Roode a pedir a Bully Ray
que se voltassem a aliar para este combate. Bully apenas sai do ringue e
assiste a Storm e Hardy a dominar o Campeão até encontrar uma oportunidade para
entrar. Ao longo do combate, houveram grandes momentos, desde a falsa aliança
de Bully Ray com Roode que foi usada para sua vantagem, ao breve momento em que
quase tínhamos os Beer Money de volta, ao derrubar do árbitro que faz com que
se percam várias oportunidades de vitória.
Climax do combate quando Bobby Roode se farta e pega no seu
título para utilizar em Jeff Hardy. No entanto, Sting tinha um trabalho a
cumprir e rapidamente lhe retirou o título. Bobby Roode procurou maneira de
virar isso para a sua vantagem e começa com provocações a Sting, desafiando-o
para que lhe batesse, mas o Icon resistia. Pelo menos até Roode ir mais longe e
cuspir-lhe na cara, tal como fizera a Dixie Carter. Este acto fez com que Sting
não aguentasse e atacasse Roode com o cinto. O que Roode queria, assim que o
cinto se dirige a si, Roode desvia-se fazendo com que Sting acerte em cheio em
Jeff Hardy que fica inconsciente. Sting não podia ficar mais atrapalhado e
Bobby Roode apenas o cobre e obriga Sting a contar. Árbitro inconsciente, cabia
a Sting contar e este, totalmente contrariado, teve que fazer a contagem até 3
e declarar Bobby Roode como vencedor. A esperteza de Bobby Roode a prevalecer
para sua vantagem!
Foi assim o PPV do Against All Odds que ainda conseguiu um
balanço positivo após vários altos e baixos. Contente por terem feito de Bobby
Roode um heel mais esperto em vez de covarde e pelo único título a mudar de mão
ser aquele que bem precisava. Esperemos pelo próximo Impact e pelo
desenvolvimento em direcção a mais um PPV!
Notas:
- Sentiu-se a falta de Taz, que mesmo dizendo disparates
muitas das vezes, é um que ainda põe piada naquilo…
- Outro problema que houve com o Moonsault de Zema Ion foi o
seu joelho acertar mesmo na cabeça de Jesse Sorensen, deixando-o
instantaneamente KO. O pescoço também viria a ficar danificado.
- Parece ter havido algum problema na introdução de Tara,
que a anunciadora não deu pormenores acerca dela nem informações sobre o
combate, apenas se ouviu um “Tara!” solto…
- Estará aqui algum teaser para que Madison Rayne se vire a
Gail Kim e vá ela atrás do seu título?
- Já o disse, mas torno a dizer porque me sabe bem: Crimson
e Matt Morgan perdem os títulos Tag Team para Samoa Joe e Magnus. Vá, agora só
falta acabar com essa coisa do “undefeated” do Crimson…
- Breves problemas técnicos. Na altura de mostrar as
Taglines para o campeonato Tag Team, primeiro aparece a tag “Greatest man that
ever lived” referente a Austin Aries e ao combate da X Division, até ser
corrigido.
- Alex Shelley não tem muito que se preocupar com a derrota,
o combate foi suficientemente excelente para ambos ficarem a parecer lindamente…
- O combate é de Garrett Bischoff? Mais ou menos, a entrada
é com a música de Hulk Hogan e os louros vão todos para o velhote…
- Garrett Bischoff ainda tem muito que trabalhar se quiser
ser um lutador e não apenas mais um David Flair. O DDT final foi muito mal
vendido e coisas simples como socos parecem muito pouco realistas.
- Christy Hemme fez o trabalho de Jeremy Borash ao
introduzir o main event – só não introduziu Bully Ray porque este não deixou.
- Quase que tínhamos os Beer Money de volta e os fãs até se
estavam a preparar para os cânticos, mas Roode apenas aproveitou tal para sua
vantagem.
- Um trabalho que eu certamente não quero ter: Árbitro na
TNA. Estes gajos levam mais porrada que os próprios lutadores…
- O final deste main event foi um dos “twisted endings” que
mais me satisfez nos últimos meses e conseguiu não carregar o rótulo “Vince
Russo”. Até porque já andam por aí as notícias de que o gajo já lá não anda…
Maravilha…
- Analisando a generalidade dos resultados... Todos os combates foram vencidos por Heels!
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